teleconferência
No outro dia recebi uma carta do tribunal de Vila Franca de Xira a convocar-me para estar hoje no Tribunal de Aveiro às 13:30 para prestar depoimento por teleconferência, na qualidade de Testemunha.
Sobre o processo, só continha o n.º, o autor, alguém de quem nunca ouvi falar e a Ré, a Tranquilidade, o que me fez suspeitar que isto fosse sobre um acidente que tive há 4 anos, na A1, perto de Vila Franca de Xira. Um choque em cadeia num daqueles primeiros dias de chuva.
Sobre o processo, só continha o n.º, o autor, alguém de quem nunca ouvi falar e a Ré, a Tranquilidade, o que me fez suspeitar que isto fosse sobre um acidente que tive há 4 anos, na A1, perto de Vila Franca de Xira. Um choque em cadeia num daqueles primeiros dias de chuva.
Lá fui. Às 13:30 estava no tribunal. Lá para as 13:45 uma funcionária chamou o meu nome, apontou que eu lá estava e voltou para as entranhas do tribunal. E eu esperei... esperei, esperei. Por volta das 15:15, a mesma funcionária passou por mim e disse-me "está quase. eles devem estar quase a fazer a chamada". Uns 15 minutos depois chamou-me e levou-me para uma sala refundida, com mesas e cadeiras. Em cima de uma mesa estava um telefone com câmara e um ecrã. Mandou-me sentar em frente ao aparelho, ligou-o, disse que agora era só esperar que eles fizessem a chamada e deixou-me sozinha. Mais 15 minutos estive a olhar para a máquina... mas só lá aparecia a minha imagem.
Entrou então outra funcionária, que disse estarem a ter problemas com a ligação de Vila Franca e que ía tentar ligar ela. Tentou, tentou e lá para a 3ª tentativa conseguiu. E lá apareceu o Sr. Dr. juíz. E começou a parvoeira.
"- É a Sra. Eng.ª? - Sim - Jura por sua honra responder com verdade a todas as perguntas feitas? - Desculpe, não estou a ouvir bem- Jura por sua honra responder com verdade às perguntas? - Sim - É familiar do Sr. XPTO? - Não. - Trabalha ou já trabalhou para a Tranquilidade? - Não. - Sabe sobre o que se trata este processo. - Não, na verdade não sei. - Bem, relaciona-se com um acidente de viação em que esteve envolvida. - em 2004? - sim, em 2004. Lembra-se desse dia? - Sim, lembro-me. - Que dia era? - Bem, lembro-me do dia, mas não de que dia era. - Era um dia da semana ou fim de semana? - Não sei. Talvez fosse uma sexta feira. - O que a faz dizer isso? - Bem, estava a ir para Lisboa e só lá costumo ir ao fim de semana. - Foi de manhã, de tarde? - Não sei, talvez de tarde. - Era verão, inverno? - Não me lembro. Foi nas primeiras chuvas, mas não sei que altura do ano era. - Estava a chover?" e continuou com estas perguntas parvas. Quando ficou satisfeito, disse "Sra. testemunha, vai então agora falar com o Sr. Advogado" e virou a maquineta para um senhor mais idoso. Fez mais umas perguntas parvas, tipo se me lembrava quantas pessoas estavam no carro da frente ou se eu conseguia calcular a que distância estava do carro à minha frente, como se eu soubesse. Nem que fosse no próprio dia. Depois veio ainda outro advogado, que voltou ao ataque. Se não me recordava de ver uma ambulância no local. Sim. Se alguém foi levado para o hospital. Sim, julgo que uma senhora, mas ão me lembro de que carro saiu. Finalmente lá se fartaram de mim, a maquineta voltou ao juíz, que me despachou com um "Bem, Sra. testemunha, já não precisamos mais de si. Pode ir à sua vida" Idiotas!!
Eram já umas 4 da tarde quando saí do tribunal!! Porra!! Tanto tempo perdido para constatar que 4 anos depois, ninguém se lembra de pormenores nenhuns. Enfim. Foi uma experiência. Chata, mas uma experiência.
Entrou então outra funcionária, que disse estarem a ter problemas com a ligação de Vila Franca e que ía tentar ligar ela. Tentou, tentou e lá para a 3ª tentativa conseguiu. E lá apareceu o Sr. Dr. juíz. E começou a parvoeira.
"- É a Sra. Eng.ª? - Sim - Jura por sua honra responder com verdade a todas as perguntas feitas? - Desculpe, não estou a ouvir bem- Jura por sua honra responder com verdade às perguntas? - Sim - É familiar do Sr. XPTO? - Não. - Trabalha ou já trabalhou para a Tranquilidade? - Não. - Sabe sobre o que se trata este processo. - Não, na verdade não sei. - Bem, relaciona-se com um acidente de viação em que esteve envolvida. - em 2004? - sim, em 2004. Lembra-se desse dia? - Sim, lembro-me. - Que dia era? - Bem, lembro-me do dia, mas não de que dia era. - Era um dia da semana ou fim de semana? - Não sei. Talvez fosse uma sexta feira. - O que a faz dizer isso? - Bem, estava a ir para Lisboa e só lá costumo ir ao fim de semana. - Foi de manhã, de tarde? - Não sei, talvez de tarde. - Era verão, inverno? - Não me lembro. Foi nas primeiras chuvas, mas não sei que altura do ano era. - Estava a chover?" e continuou com estas perguntas parvas. Quando ficou satisfeito, disse "Sra. testemunha, vai então agora falar com o Sr. Advogado" e virou a maquineta para um senhor mais idoso. Fez mais umas perguntas parvas, tipo se me lembrava quantas pessoas estavam no carro da frente ou se eu conseguia calcular a que distância estava do carro à minha frente, como se eu soubesse. Nem que fosse no próprio dia. Depois veio ainda outro advogado, que voltou ao ataque. Se não me recordava de ver uma ambulância no local. Sim. Se alguém foi levado para o hospital. Sim, julgo que uma senhora, mas ão me lembro de que carro saiu. Finalmente lá se fartaram de mim, a maquineta voltou ao juíz, que me despachou com um "Bem, Sra. testemunha, já não precisamos mais de si. Pode ir à sua vida" Idiotas!!
Eram já umas 4 da tarde quando saí do tribunal!! Porra!! Tanto tempo perdido para constatar que 4 anos depois, ninguém se lembra de pormenores nenhuns. Enfim. Foi uma experiência. Chata, mas uma experiência.
Boa tarde.
Hoje lembrei de pesquisar "depoimento por teleconferência" porque amanhã vou ter de fazer o mesmo. Num caso que por acaso até lembro bem.
Ainda bem que li isso, assim já vou a contar com perdas de tempo e perguntas idiotas...
Ainda consegui divertir-me um pouco com a sua descrição do momento :).
Cumps,
Marta
Enviar um comentário
<< Home