14.10.11
3.10.11
hoje é dia de aniversário!
o meu pai faz anos e decidimos fazer um dia surpresa!
vamos tomar o pequeno almoço à Istiklal e metemo-nos num tram, que nos deixa mesmo à porta do Çemberlitaş Hamamı, onde vamos para um banho e massagem com óleos.
separados à porta, não sei como foi o banho de aniversariante, mas para as meninas a coisa passa-se mais ou menos assim:
levaram-nos aos vestiários, onde nos deram umas cuecas e uma toalha para usar no banho turco e mandaram-nos despir. já equipadas com o material fornecido, descemos até ao haman, que consiste basicamente numa sala redonda de mármore, quente e húmida, com uma plataforma elevada ao centro, onde nos deitamos, várias tinas com torneiras de água quente e fria ao longo das paredes e um tecto abobado com pequenas aberturas por onde entra a luz, parecendo um céu estrelado.
mandam-nos deitar na plataforma, onde já estão outra mulheres, e relaxar, custa a respirar ao início, mas deitada e relaxada a coisa começa a saber bem. por ali em volta, 3 mulheres vão dando banhos. uma delas chama-me "lady!" e vou até ao pé dela. manda-me deitar sobre a toalha, de barriga para baixo, e começa por me esfregar com uma luva áspera, para tirar a pele morta. primeiro de costas, depois de frente e finalmente os braços e pescoço. molha-me com água que vai buscar a uma das tinas que há por ali e manda-me deitar outra vez. e começa a ensaboadela. esfrega-me o corpo com um sabão que faz imensa espuma, agora com um pano suave, massajando ligeiramente e vai-me perguntando "good? feels nice?" e não é que sabe mesmo bem? depois de totalmente ensaboada, despeja-me novamente água quente por cima e leva-me para perto de uma tina, onde me lava o cabelo. "finish!" é hora de ir até ao tanque de água quente. há dois, um com jactos de água e outro sem. fico-me por ali até a minha mãe e irmã chegarem. está muito calor para ficar muito tempo e vamos até à massagem com óleo, que é mais dolorosa e terapêutica do que relaxante. mas sabe mesmo bem.
banhinho tomado, segue-se a segunda etapa. almoço no Asitane, um restaurante de cozinha otomana, muito muito agradável, perto da Kariye Müzesi, a impressionante igreja que visitámos depois, com os seus frescos e mosaicos incríveis.
daqui fizemos um caminho muito pouco aconselhável (os mapas enganam e o que parecia ser um caminho simpático acabou por ser uma caminhada por zonas muito pouco interessantes) até Eyüp, com o propósito de apanhar o teleférico até ao panorâmico café Pierre Loti, onde tomámos um chá com uma bela vista do corno de ouro.
depois descemos pelas alamedas do cemitério que tínhamos "sobrevoado" som o teleférico e passeámos um pouco pela zona de Eyüp, bastante importante para os muçulmanos turcos. comemos por ali, num restaurante com vista para a mesquita, que ainda fui espreitar durante a oração da noite e me aventurei na zona das mulheres, que aqui ficava dividida em duas zonas - uma sala pequena ao lado da área principal e no piso superior, também com uma sala lateral e com um balcão sobre a área principal. foi bastante interessante.
cansados de tanto andar e tanto ver, voltámos para casa de táxi, para um sono bem merecido!
Istambul, 23:34
2.10.11
Sultanahmet
começámos o dia com mais uma caminhada (com este andamento, até ao fim da viagem ainda fazemos 100 km a pé) até ao palácio Topkapı. gente e mais gente por todo o lado, saltamos a exposição do tesouro e vamos mas é para o Harem, hehehe. Interessante, mas nada do que esperava, não sei bem porquê. Deve ser de ler as estórias da Sheherazade ;)
como as visitas abrem o apetite (e sim, a família Pimpão gosta de férias gastronómicas... às vezes parece que só andamos a fazer tempo entre o pequeno aloço, o almoço, o lanche o o jantar - e de mim falo!), fomos até à simpática Caferağa Medresesi, agora uma associação cultural, comer um delicioso almoço, num calmo pátio interior. a moussaka de beringela estava um mimo!
daqui, descemos às profundezas da Yerebatan Sarayı, ou Basílica Cisterna, uma linda e impressionante obra de engenharia do século sexto! uma floresta de colunas mergulhadas em água, onde nadam umas carpas enormes, de feitio meio arredondado, tudo iluminado com luzes vermelhas, dá a esta autêntica catedral um ar etéreo. uma coluna com olhos que parecem chorar e as duas cabeças da medusa, uma de pernas para o ar e outra de lado, que forma a base das duas colunas mais interiores, completam o cenário. apesar de caro, tomei um café na "esplanada" que há lá em baixo, só pelo estranho da coisa.
já na rua, descobrimos que a Ayasofya acabou de fechar! passeamos ali um pouco pelo jardim que vai dar à mesquita azul (Mavi Cami), que vamos visitar de seguida...
Istambul. 23:04
as coisas que se fazem num cemitério...
apesar da visita ao palácio Topkapi, do belo almoço no pátio interior de uma madrassa, do café tomado na incrível basílica cisterna, da impressionante aya sofia (vista de fora), da visita à mesquita azul e do passeio (e compras) no bazar conexo, o que vai mesmo ficar deste dia vai ser o que fomos fazer ao cemitério...
sim, eu disse cemitério! depois de tanta caminhada, achei por bem levar a famelga a beber um chá e fumar narguilé, nada mais nada menos do que numa casa de chá que fica dentro de um cemitério ali p'ros lados da mesquita azul. foi mesmo engraçado. entrámos, eu a achar se seria boa ideia, eles incrédulos, pelo cemitério e vimos ao fundo a casa de chá, onde se bebia çay ou café turco e se fuma nargulé. cheia de garra, pedi as bebidas e mandei vir também o cachimbo de água, para surpresa da família. mais surpresos ficaram ainda quando pedi 4 boquilhas e os obriguei a experimentar. e não é que fumaram todos? LINDO!
saímos já de noite, pelo meio das campas, num ambiente um pouco fantasmagórico e fomos ver as mesquitas iluminadas, ao som da chamada para a oração.
e depois, como não podia deixar de ser, fomos encher o bandulho. desta vez experimentámos as famosas pide, ou pizzas turcas (não, o narguilé não é assim tão forte que nos faça comer senhores da polícia internacional e de defesa do estado, hehe).
sim, eu disse cemitério! depois de tanta caminhada, achei por bem levar a famelga a beber um chá e fumar narguilé, nada mais nada menos do que numa casa de chá que fica dentro de um cemitério ali p'ros lados da mesquita azul. foi mesmo engraçado. entrámos, eu a achar se seria boa ideia, eles incrédulos, pelo cemitério e vimos ao fundo a casa de chá, onde se bebia çay ou café turco e se fuma nargulé. cheia de garra, pedi as bebidas e mandei vir também o cachimbo de água, para surpresa da família. mais surpresos ficaram ainda quando pedi 4 boquilhas e os obriguei a experimentar. e não é que fumaram todos? LINDO!
saímos já de noite, pelo meio das campas, num ambiente um pouco fantasmagórico e fomos ver as mesquitas iluminadas, ao som da chamada para a oração.
e depois, como não podia deixar de ser, fomos encher o bandulho. desta vez experimentámos as famosas pide, ou pizzas turcas (não, o narguilé não é assim tão forte que nos faça comer senhores da polícia internacional e de defesa do estado, hehe).
Istambul, 22:23
1.10.11
pensei que fosse sonho, mas acordei realmente com o chamamento para a oração da madrugada, ainda não eram 6 horas. há uma mesquita mesmo aqui ao lado de casa e o muezzin lá faz a adhan 5 vezes por dia. gosto imenso de ouvir, mas de madrugada?? felizmente voltei a adormecer...
começámos o dia com uma subida até à Istiklal para um pequeno almoço. descemos calmamente até à ponte Galata e fomos logo atacar uma bela sandes de peixe, pescado, grelhado e vendido directamente do barco, mais uma vez ao som da adhan. espreitámos a mesquita nova, ainda durante a oração, com as mulheres atrás de biombos e turistas a encher a parte traseira.
depois de um café turco numa esplanada por trás da mesquita, fomos embrenhar-nos no Spice Bazaar. má ideia começar por aqui o ataque às bancas e lojas e lojecas. primeiro contacto, muita sede de compras, o melhor é começar pelas ruinhas à volta, um pouco mais autênticas talvez e mais baratas, concerteza. mas, nós começámos assim, à turista mesmo!
já com menos liras no bolso, subimos até à mesquita de Süleymaniye, que encontrámos fechada - "closed for 60 minutes" dizia o cartaz à porta. quando começaram os 60 minutos, ninguém sabe, mas fomos beber um sumo no jardim para fazer tempo. o interior é impressionante, como sempre, e mais uma vez aos turistas é pedido que não avancem para lá de um baixo gradeamento.
vista a mesquita, vamos procurar outra, mais pequena, que fica perdida numa ruela perto do bazar das especiarias. não sei como, entramos exactamente na rua que procurava e por acaso reparo na pequena placa que diz rüstempasa camii, a mesquita que procuro. a medo, subimos umas escadas meio escuras, que vão dar a um mimoso pátio interior e à mesquita, um charme!
de volta à pequena rua, descobrimos ser exactamente a que a minha irmã tinha lido algures como sendo a melhor para compras de especiarias e afins, fora do mercado. mais um ataque às bancas e, de sacos cheios, começamos a subida para casa, descarregar.
sem pensar que é sábado à noite, fomos até às ruas super movimentadas em volta da Istiklal, comer uns mezze num terraço sem vista, a contragosto do empregado que achou que 3 entradas frias e 1 quente não é refeição decente. para nós chegou e sobrou!
Istambul, 21:23